terça-feira, abril 12, 2011

Hulk (I)


abro a mala, passo os dedos pelo tecido, suave, pressiono-o para lhe sentir a resitência, a pele acolchoada. pego nos copos. tenho vários. copos, copinhos, canecas 50 cl. é para o que der e vier. disponho os copos. acomodo os copos. copinhos, canecas 50 cl. aconchego-os bem. tenho vários.
há-os de plástico, de vidro, de cristal. uns mais cheios, outras vazias. outros e outras por encher. ainda.
há-os para os absurdos, sem fundo à vista. há-as para o concreto. cê ó éne cê érre é tê ó. há-os para os sonhadores, sem tecto nem volume máximo, apenas limitados pelas aprendizagens feitas. e pelas combinações infinitas das mesmas.
há-os para os que maçam, e maçam e maçam, sem fim capaz - para esses são finos e têm indicações para estalar ao segundo quarto de hora de primeiro contacto. há-os para todos. até um conjunto especialmente para desconhecidos, feito de borracha de balão, flexível. ajustável, até ver.

verifico-os, bem ou mal, conforme o dia e a paciência, e fecho a mala.

(continua)

Sem comentários: