terça-feira, outubro 17, 2006

(H)our (of) destruction

(...)todos os corpos são "preguiçosos" e não desejam modificar seu estado de movimento: se estão em movimento, querem continuar em movimento; se estão parados, não desejam mover-se. Essa "preguiça" é chamada pelos físicos de Inércia e é característica de todos os corpos dotados de massa. (Wikipédia)

Há uma letra cantada pelo Ronan Keating de que gosto muito. Fala das escolhas que podemos fazer. Fala de desistir e voltar a tentar. Fala de tudo o que está à nossa volta e que nós não escutamos ou deixamos passar. Fala do que não queremos ver quando temos raiva do mundo e é essa a nossa escolha - achar nele desculpas para não voltar a tentar.
E fala da esperança que não podemos perder - da minha e da tua.
When you get the choice to sit it out or dance...

Há noites em que o escuro sopra aqui na minha face e eu não páro, ou não (re)começo. Em que tudo é inércia por preguiça de mudar talvez... por arrastar e deixar que tudo continue como estava.
Pergunto-me porque temos momentos em que simplesmente nos deixamos destruir, e em que o corpo é mais pesado que a vontade...
Pergunto-me o que sei que não tem nunca resposta definitiva. Que não tem nem resposta única. E ter que lutar contra isto a todo instante, contra esta inconsciência de não mudar nada - porque é sempre mais fácil manter as coisas... - cansa...
Cansa este receio não sei do quê. Talvez de nos confrontarmos connosco mesmos e com a nossa incapacidade de realmente ir ao encontro daquilo que queríamos.
É sempre tão mais fácil não pensar, não questionar... não querer saber. Deixarmo-nos arrastar nos momentos, nos lugares. Não mudar o caminho, enfiarmo-nos no mesmo autocarro de sempre e deixar que nos levem.
É sempre tão mais fácil dormir. Ou ficar sentado sem consciência em frente a uma TV que nos mostra outra vida qualquer que não a nossa. A nossa enfadonha vida nossa de que não nos cansamos (como cansar, se não implica esforço? :/)...
Como esta falta de luta, esta preguiça aprendida, este conforto arrepiante de não mexermos uma palha! esta vontade (... que raio de vontade...) de não levantar, de permanecer sentado a ver passar... como nos destrói e limita. E como é horrível ver assim o tempo. E o vazio.

So, i really really hope... I hope that When you get the choice to sit it out or dance...

I hope you dance.

15:36 17.10.2006