domingo, junho 27, 2010

quando x tende para o infinito, y vai-se reduzindo a nada.


havia um rei.
sonhar uma coisa é querê-la.
nas pontas dos dedos. tocá-la.
querer tocá-la.

querer uma coisa é consumi-la. no sonho,
com o pensamento.
desejá-la.

eu-que-ro-te. quero
-te. como te imagino.

estendo os dedos e alcanço-te.

és-tu-a-qui.

és ouro. ouro. [mas...] ouro para quê?
tornas-te não comestível,
não consumível.

tu aqui deixas de ser alcançável -
passas a ser alcançado.

não aprazível.


tu-can-sas-me.


o que eu quis não é o que eu devia ter querido. o que é que eu
quero
? o que é que eu
vou querer?

sonho. quero
outra coisa qualquer. de preferência

não-al-can-çá-vel.


(quando o sonho tende para o infinito, a vida vai-se reduzindo a nada.)


terça-feira, junho 22, 2010

josé



















         
O cidadão tem braço curto. Chega à urna. Mas
o poder está mais acima, não lhe pode tocar
.”



(José Saramago, palestra na Faculdade de Economia UC, Coimbra, 1-4-2004)

 

segunda-feira, junho 21, 2010