sexta-feira, novembro 19, 2010

acertar ao lado


Fazes círculos perfeitos, mas
perdes sempre.”


(pena que nem tudo aquilo em que investimos tudo o que temos, seja aquilo que os outros esperam de nós.)



4 comentários:

menina de porcelana disse...

sabes uma coisa da vida? não podemos mudar os outros. nem aquilo que eles esperam de nós. são livres. eles. e nós também. mas numa liberdade limitada. porque nem nós podemos fazer tudo o que queremos, nem eles podem. e aí está a nossa safa. viver com. 'aprender' a viver com. e, 'quando' não se pode mudar tudo, 'porque' não se pode mudar tudo, essa é a maior liberdade.

:*

"leve como uma pena... e no alvo over nad over and over" disse...

"O que pesa mais: um quilo de chumbo ou um quilo de algodão?"



http://31.media.tumblr.com/6c2690f8fca7876e6a6efe59802892f8/tumblr_mx4xsmeAM41sjh130o1_500.gif

"leve como uma pena"

(a victory that inflicts such a devastating toll on the victor that it is tantamount to defeat) disse...

VIDEO: https://youtu.be/schB2Yadv_0?t=2m47s <- Jeanne d'Arc/Joan of Arc (George Méliès, 1900)

http://www.acinemahistory.com/2013/06/jeanne-darc-1900.html

https://imdb.com/title/tt0132251/

Sangue do Meu Sangue (2011) disse...

"(...) Apresentemos a família Fialho. Márcia é interpretada por Rita Blanco. O retrato pintado pela própria: “Prática. Não sofre dos medos urbanos, de insegurança. Está ali para tratar dos filhos que teve. É discreta. Não tem nenhum acto heróico. Mas sabe muito bem quando actuar. Não é amarga porque as pessoas que têm capacidade para dar dificilmente caem na amargura. Sofrem, mas não amargam. Viver com amor é muito compensador.” Márcia é uma mulher que diz à filha, como se fosse tudo a mesma conversa: “Também tens que ir à tua vida, assim é que está certo…. Não sei que sopa é que hei-de fazer amanhã.”

Cláudia Filipa, nome de uma balada de subúrbio, é a filha com quem a mãe tem uma relação de profunda intimidade. Dormem na mesma cama. “Elas fazem aquilo que os psicólogos dizem que não se deve fazer. A mãe é a melhor amiga dela. O ídolo, a confidente. Ela não quer ser como a mãe. Quer ter mais dinheiro, mais oportunidades. Quer ter uma vida burguesa. Mas sabe que a mãe sofreu muito para a ter, sem a presença de um homem. Se tivesse havido um pai…”, define Cleia Almeida.

O pai que ela nunca conheceu. Que reencontra no início da idade adulta. Sem saber que é o pai. Como nos melodramas. Como na tragédia grega; embora este filme de Canijo não tenha a estrutura de uma tragédia grega, nem se aproxime de personagens de Eurípedes. Apesar dos temas, do incesto, da vingança.

O nó do problema é o pai. “Porque é que eles se apaixonaram? Ela não é mais bonita ou mais inteligente do que qualquer outra aluna… Partimos daquilo a que podíamos chamar a força do sangue. A atracção física é inexplicável.”

A relação incestuosa que Cláudia mantém com o pai é o excurso usado por João Canijo para falar do amor incondicional da mãe pela filha. Márcia, uma personagem “muito leve apesar do peso da vida que tem”, diz a actriz, descobre que o homem por quem a filha está apaixonada é o último dos homens. E uma noite, em desespero, vai ao seu encontro. Enquadra-os uma luz bruxuleante, um silêncio que o bairro Padre Cruz não conhece. Márcia profere a sentença: a relação que aquele homem, que um dia ela conheceu intimamente, mantém com a filha é impossível.

Mas à filha, a mãe omite a razão da impossibilidade. “Quando ela descobre que a filha anda enrolada com o pai, porque é que não conta? Demorei 15 dias a perceber isto. Um gajo não chega lá”, diz o realizador. Mas uma gaja, Rita Blanco, aquela mãe que ama incondicionalmente, Márcia, chega. Porque só existe o que os nossos olhos vêem. Para Rita, a resposta é muito clara. “Se ela nunca souber, não há incesto. Apaixonou-se por um homem, correu mal, adeus. E não foi uma tragédia”. A tragédia é a de saber. “Assim ela pôde sobreviver. A outra dor, a mãe temia que a destruísse como mulher. Que destruísse as possibilidades que ela ainda tinha de ser feliz”. (...)"

TEXTO INTEGRAL: http://anabelamotaribeiro.pt/33418.html