o ninho. enroscar-se nos recantos, no calor da carne, nas pregas da pele.
andar sobre o outro, outro corpo, achar-lhe os espaços, encontrar o espaço.
(tenho 26 anos, que sei eu da vida, do casamento, das rotinas, das dificuldades, enfim, dessa vinculação a que se chama afecto ao fim de 30, 35, 50 anos? - ou dessa vinculação-que-se-chama-hábito? - que sei eu da diferença das coisas, do que é amor, do que não é. do que é rotina, trabalho, do que é paixão. do que é coisa-sem-nome por mais que lhe queiramos dar um. estou ainda na confusão das coisas, envolta no nevoeiro infindo de uma cabeça desassossegada. mas
e a vontade? e a vontade? visceral. no âmago das coisas. não interessa onde se está: o que interessa é onde se quer estar. que interessa o nome se o espaço onde passamos a querer estar é o corpo do outro. sob o abraço, no aconchego.
pensar que se perdemos isso, perdemo-nos também. que - ai jesus! - falta-se-nos o chão. que sem ele, passamos a estar definitivamente além, sem estar bem em lado nenhum. porque o outro é o ninho. e é um ninho daqueles que por mais que cresçamos não nos queremos despojar.)
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