segunda-feira, setembro 01, 2008

Baratas

Económicas, chama-lhes a Susana.
E são: borrifam-se abundantemente com o Mata-Spray e, ainda assim,
duram, duram, duram, duram...

(eu sei que devia meter o pé encima e pronto.
mas a sensação do meu sapatinho naquelas costas arqueadas, naquele corpo cheio de patas, naquela minúscula cabeça com antenas, naquela criatura crocante e inteligente,
também dura, dura, dura, dura...)

3 comentários:

Filipa Júlio disse...

a palavra "crocante" é quase uma onomatopeia e a adjectivar o substantivo baratas é bastante vívida.

bem-vinda de férias!
:)

menina de porcelana disse...

percebi a (in)directa:
está nojento, certo?

;)

(p.s.: ando com uma preguiça...)

A QUINTA HISTÓRIA (Clarice Lispector) disse...

Excerto do conto A QUINTA HISTÓRIA (deClarice Lispector):

"[...] E também "Como Matar Baratas". Farei então pelo menos três histórias, verdadeiras, porque nenhuma delas mente a outra. Embora uma única, seriam mil e uma, se mil e uma noites me dessem.
A primeira, "Como Matar Baratas", começa assim: queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro delas. Assim fiz. Morreram. [...]"