a arrogância, crepita na língua, na pose, e desarma. (quem?)
talvez os genes sejam a desculpa. talvez. talvez até venha nos genes, agora que há um gene para tudo, mas no fundo no fundo apenas nos cansámos.
quando a arrogância ameaça a rotina, de estar sempre vergado, e (zás!) sobe pela espinha acima, e é o arrepio contínuo e pesado que a endireita, impedindo-a que vergue. outra vez.
e leva dá luta chuta pá tira arremessa. mas depois cessa. repentinamente. e caímos nós, pás, desamparados. mas se ela nunca nos deixaria vergar, tinha-se acabado o outra vez.
(acabamos tão-somente vergados por ela) e caímos. somos arrastados pelo vento longos metros, suficientes para esfolar a pele e o amor-próprio. depois, trémulos ainda, erguemo-nos. e ergue-se ela connosco. sujos feridos desgrenhados, berramos como se mais pulmões tivessemos. como quem perdeu a guerra mas não as múltiplas batalhas. (ou então perdeu as batalhas mas a guerra não acaba nunca.)
e então raspam na garganta com gosto acre as palavras 'Geou que não geasse, eu cá estou debaixo da minha vidraça'. e ficamos nós, eu e ela, a tiritar.
(por estes dias, cala-me só o vento quando me estala forte na face. e tu, quando me estalas os ouvidos com palavras injustas.
(zás!) que interessa, gosto das estaladas, sabem-me a beijos.)
2 comentários:
Bonito...!
obrigada. :)
talvez o sentimento é que não seja tão bonito quanto isso. mas, enfim, serve a função. porque isto de nos mantermos vivos não tem nada que ver com as regras da beleza. :|
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