pois digo-te eu que há pelo menos duas inconsciências. a alegre inconsciência da
ceifeira, e a inconsciência perversa. a primeira vive em acção passiva, sem saber o sofrimento que pode causar nessa passividade, ou o sofrimento que poderia vir a causar a si própria se não fosse insconsciente das coisas que doem e apenas consciente do que precisa para viver.
a segunda vive na forma activa. é-se consciente até um ponto, o resto escapa-nos da mão poque é impossível compreender-se o que não se aprendeu, é difícil, impossível talvez, ver o que não fomos treinados para ver.
nem sequer temos consciência de exactamente quanta consciência temos. porque a consciência é relativa. enformada no que crescemos e no que cresceu em nós.
e se nós não
vemos, como poderemos
saber que não vemos?
não vendo, saberemos porque alguém nos dirá que é errado, que não se pode colocar filhos em máquinas de lavar e sentar-se calmamente num sofá.
mas é 'chamar-nos à razão' critério
suficiente para que a atinjamos?
se eu te disser que deus existe, porque hás-de tu acreditar se não acreditas.
(a mente é resistente à mudança de estado. e quem diz estado diz perspectiva.)