quarta-feira, março 16, 2011

Fernando José



"... estas palavras, ditas da forma serena mas firme..."

eles tinham a solução. eles eram a solução. o início. mas foram só um instante. quem quis ficou e, deixando, corrompeu-se. quem quis, partiu. deu o mote e prosseguiu. porque depois da conquista os abutres retalham o corpo, sedentos.

(deve ser triste de ver.)

continuo a achar que não há solução para isto. porque não há solução para a natureza humana. digam o que disserem. o que acontece a homens como este? eu digo: porque são íntegros, fazem o que têm a fazer e, depois, retiram-se. acho que sabem que não podem ficar lá, acomodados, durante muito tempo. que o envenenamento do Poder vem matreiro, aos poucos. que depois lhes sobe o estado febril. que depois mudam, mudam os princípios, deixando intactas as opiniões. pena, porque se os princípios são bons, deviam ser mantidos. serem princípios, meios e fins.

não lhe encontrei outra entrevista. para quê outro exemplo? ele já o deu. há os homens que se enrodilham no pensamento e os homens que o usam para a acção. este homem, se teve medo, não lhe deu espaço de manobra. nem deu espaço à dúvida. "Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!"

(eu fiquei. não sei bem é onde.)


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