fácil não dizer, dar só o beijo que cala as palavras, e as discussões, dar-se a mãozinha na rua, ou deixar-se a mãozinha ao relento, trocar só o olhar, eu dou-te o meu tu dás-me o teu, o beijinho no pescoço 'enrolado pelo chão', e depois depois passa o tempo e Zás, instala-se a rotina e achamos eh pah eu acho que não é isto E nos cansamos Até que desponta novamente um tremelique, um engasgar, um sonho iludido sem quotidiano. e Zás lá vamos nós outra vez, Enganados.
nos meus 14 anos revoltados, de resposta na ponta da língua, aguçada e seca, a minha mãe dizia-me, ao ver-me entre lágrimas, a chorar fininho por um amor que nem chegara a ser, que ficara por conquistar e que doía na ilusão,
tu ainda não sabes o que é o amor.
(tinha tanta razão. ainda não sabia. mas, pergunto, e quando é que eu já vou saber?)