passo na Baixa. na esquina da Câmara, um velho olha o futuro, apoiando na bengala gasta a mão encarquilhada. tem o olhar preso. a postura imóvel. olho para ele enquanto avanço. penso: apetecia-me perguntar-lhe o que vê. para o que dirige o olhar tão atentamente. se vale uma vida. queria tanto saber.
mas depois desiludia-me, com toda a certeza.
(prefiro tecer o sonho, colar-lhe as pontas. construí-lo em castelo e subir nele, percorrendo-o encantada. ficar lá. do que depois ter que o partir contra a realidade.)
2 comentários:
Mas podes ter respostas marcantes, como "A esquerda é assassina!", entre outras...
ainda assim, j., acho que nenhuma resposta seria tão boa quanto aquela que eu esperava ouvir. "barco sem rumo não tem ventos a favor"...
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