sento-me à beira da pequenina pequenininha mesa de café. peço uma torrada e um galão. lá fora o sol espreita pela baixa depois da chuva. há um jornal sobre a mesa. há os restos ainda não recolhidos de pequeno-almoço. há uma chávena com espuma de leite seco. um pratito com migalhas. uma colher alta e um garfo. uma faca de comer bolo. uma faca. e se eu agora pegasse na faca e a espetasse no meu ventre?
imagino o depois. o sangue, os gritos, as fugas. se. empurro para lá. abro o jornal e leio. está uma belíssima manhã.
(*) João Condinho, projecto Se numa noite de inverno um viajante, Exposição em Coimbra-B, 7 a 14 Novembro 2009
4 comentários:
muito bom. mesmo.
há instantes bizarros... mas não têm que ser necessariamente maus.
mente perversa
anónimo: a mente é perversa.
e se pensamos nós que a controlamos, estamos muito enganados, ela tem vontade própria. e move-se nas entrelinhas da nossa consciência sem que dêmos conta...
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