Andam por aí aqueles casos de famílias à beira de um ataque de nervos (entenda-se, falidas) que, ao que tudo indica, se tornaram vítimas das assumpções deste nosso sistema económico. No entanto, vai-se a ver e até recebem um Rendimento Social de Inserção (o famosinho RSI), mas vai-se a ver também e gastam-no é todo em pequenos-almoços entusiásticos nas pastelarias da Baixa. Ou da esquina ou lá onde for. Nem seria muito, é só o pequeno almoço, sou só eu, mais a minha mulher, e a minha miúda que até merece um bolito, e o meu miúdo, e a avó, que não vai ficar em casa, e a tia, o tio e o cão.
E, migalhinha aqui migalhinha ali, chega-se ao final do mês a virar os bolsos do avesso e a pregar a maior peta à assistente social que não é burra nenhuma mas que também não tem forma de não entrar no jogo. Mas adiante. O que se acaba por se perceber é que esta gente em quem se investe, esta gente que se queixa, que solicita e que se encosta, nunca vai retornar o investimento. E porquê? Porque lhes está nos genes, porque lhes corre nas veias. E o quê? A incapacidade de gestão, o jeito-para-estourar-dinheiro. Isto é, estamos perante casos crónicos de ineficiência administrativa.
Ora eu, depois de me darem estas dicas, descubro aqui um modelo de falência para o meu caso. É que vou dando o sorriso ao desbarato, esticando o labiozito aqui e ali, a pensar que vai dar para tudo. E, quando quero dar uma gargalhada bem dada, já não tenho energia para isso.
(sei que já o disse uma vez mas, de facto, não me conseguir rir de coisas-normais-para-rir faz-me sentir velha. o que agora percebi é que não deve ser isso. não! é, simplesmente, um caso crónico de ineficiência energética.)
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