[conteúdo potencialmente capaz de dar perspectivas de interpretação. Ou, Ignore before seeing the movie.]
Pensar que tudo começa nas funções cerebrais de um homem que subitamente se torna inútil, e decide escrever as memoirs. E que, depois das voltas, não pode acabar com a supressão daquelas funções. Que há todo um processo que se inicia quando fazemos a borboleta bater as asas. E que não há volta depois do sopro.
Pensar que não somos maus nem bons. Que às vezes somos apenas cegos. Que ruminamos Mas tu não vês? És Linda! Mas, de facto, não vemos. Porque por dentro somos um caco.
Pensar que os inocentes morrem, não porque são inocentes e se descuidam, mas porque a vida é cheia de coincidências e de acasos sobre os quais, uma vez começado o jogo, perdemos o controlo. Que a morte está só à espera que queiramos viver. Que está só à espera que vivamos, só à espera que aconteçamos.
Que somos bichos de rotinas. Pensamos que temos o controlo e depois, zás. Caímos estatelados, trucidados pela traição. Porque somos cegos, sim cegos, e vemos o que queremos ver. Hiper-vemos até!, menos o que está mesmo à nossa frente.
Que pensamos que nos baseamos na racionalidade para tomar decisões e fazer escolhas, mas, não, afinal escolhemos somente ao sabor da necessidade. Do impulso para.
Que, no fundo, não somos homens, somos apenas idiotas.
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