segunda-feira, maio 12, 2008

Caranguejos.

Aos que têm um destino
que não era deveras o seu.

Tenho caranguejos pelo corpo
Que me beliscam as vísceras e a vontade.

Tenho caranguejos sobre a alma
Que me roubam a luz
E a idade.

Tenho caranguejos.

Assassinos,
Sacudo-os eu.
Carrascos frígidos.

Sorrateiros e silenciosos,
Chegaram mudos ao meu destino.

Assassinos.

Larguem-me a vontade
(ao menos deixem-me a vontade…)

Tenho caranguejos pelo corpo
Caranguejos.
Chegam calados ao que somos
e vão trilhando o que éramos.

Será este o meu destino?
Pergunto-me se era este o meu destino.

(bruta sina
que me escreve um signo que não é o meu.

Dize que não é...)

Quando os caranguejos são mais fortes
que a vontade,
mais fortes
que os grilhões a esta vida.

Quando a vida não tem fado,
Nem sequer um sentido.

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