Aos que têm um destino
que não era deveras o seu.
Tenho caranguejos pelo corpo
Que me beliscam as vísceras e a vontade.
Tenho caranguejos sobre a alma
Que me roubam a luz
E a idade.
Tenho caranguejos.
Assassinos,
Sacudo-os eu.
Carrascos frígidos.
Sorrateiros e silenciosos,
Chegaram mudos ao meu destino.
Assassinos.
Larguem-me a vontade
(ao menos deixem-me a vontade…)
Tenho caranguejos pelo corpo
Caranguejos.
Chegam calados ao que somos
e vão trilhando o que éramos.
Será este o meu destino?
Pergunto-me se era este o meu destino.
(bruta sina
que me escreve um signo que não é o meu.
Dize que não é...)
Quando os caranguejos são mais fortes
que a vontade,
mais fortes
que os grilhões a esta vida.
Quando a vida não tem fado,
Nem sequer um sentido.
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