Sou daquelas que acredita que se nos lembrássemos dos primeiros momentos da nossa vinda ao mundo, andávamos para aí ainda meio esgrouviados, só com o choque da primeira vez… Não que tivéssemos consciência das coisas, mas elas podiam marcar-nos cá dentro, sem que disso déssemos conta. ( - e então nunca mais quiséssemos enfiar a cabeça numa coisa daquelas!...).
Digo que se tivéssemos estruturas na altura com capacidade para reter aqueles momentos… o que seria de nós hoje! ;)
É fantástico talvez pensar que tanto do que vemos – ou vimos –, apesar de não lembrarmos, continua lá. E que pode em tanto influenciar o que somos e o que fazemos.
Não quero ser linear, nem dizer que somos determinados pelo meio. Não. O meio é construído por nós. A única coisas que distingo aqui é que essa construção pode ser tanto explícita e consciente, como implícita e inconsciente. Porque também temos um Eu que desconhecemos e que afinal até explica – mesmo sem sabermos direito… – porque reagimos assim daquela tal vez, ou porque chorámos naquela palavra, ou porque…
Dizem (queria dar uma referência, mas não fui exaustiva…) que a redundância é que dá sentido às coisas, e que a aprendizagem se faz sobre a repetição. Mas o mundo é tão vasto e é tanta a informação que nos persegue, que nem sempre conseguimos ter mão em tudo. E é então que entram em marcha os outros bichinhos… aqueles a quem nem pedimos ajuda, mas que nos guardam o guarda-chuva quando nem nos lembramos que o deixámos para trás.
A única coisa no meio disto… é que o que tem de bom, também pode ter de mau… e às vezes quem dá a chapada na amiga não foi o Eu que perdoou, mas aquele que guardou as coisas…
30.01.2007 15:40
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