sexta-feira, outubro 21, 2011

viagens (ii).

gosto de pensar que quando voltamos, voltamos diferentes. é assim nas grandes viagens. e até nas pequeninas. naquelas em que embarcamos todos os dias.


(mas também gosto de esperar que a diferença não resida em nós-sem-tantos-bichinhos e nós-com-bichinhos-a-mais.)










quarta-feira, outubro 05, 2011

brainycapped (I)

estive a pensar e acho que a idade ideal para se ter filhos é quando ainda se tem saúde mental. por essa altura, ainda existe função cerebral suficiente para se conseguir deixar de olhar para o umbigo e reparar que existem outras pessoas que coabitam connosco. e que poderão existir seres de menores dimensões e faculdades a necessitar de uma mãozinha para sobreviverem. mais, por essas alturas, há ainda a vontade de se criarem seres melhores, bem adaptados ao mundo e que a ele não sucumbam. e, claro, há também ainda a esperança de que tudo isso é possível.

depois disso, lamenta-se, mas a auto-centração destrói qualquer paciência para dar conta do outro. ou para que haja de facto outro. e, quando por acaso for notada a presença do outro, destrói também a paciência de lhe estender um dedito que seja - gasta-se demasiada energia, e uma pessoa já está cansada. cansadíssima aliás. portanto, a haver outro, que seja sem problemas. e se os tiver, paciência, you've got your problems i've got mine. de qualquer forma, para quê andar a criar mais pessoas, e a dar-se a trabalhos quando, perdida já a saúde mental do próprio, é óbvio que mais tarde ou mais cedo as crianças se tornarão adultos e perderão também a sua. e não a perdendo é porque têm truques, os truques dos espertos, dos pérfidos, senhores neste mundo, e que ludibriam o resto, os fracos de espírito. ou de mente. e que assim não vale a pena.


(tenho para mim que quando se perde a saúde mental irreversivelmente, o corpo seca. e se não seca devia secar. que a natureza sabe o que faz mas nem sempre. e há demasiados seres desamparados neste mundo.)

        

domingo, outubro 02, 2011

consequências da não aprendizagem compreensiva da função da filinha indiana na escola primária.

    

mas a sério? não podem ser dois? vá lá, dois. três é demais, sim, claro, pois... mas dois entravam tão bem! vamos coladinhos coladinhos que nem se nota! já viu o tempo que se poupava na fila das 9? era logo para metade! não? oh vá láaaaaaaaaa. olhe para o meu beicinho descaído. eu tenho dois filhos e uma mulher. e um ou outro primo, vá... oh vá láaa. pleeeeeeeeease! não ainda? mas não mesmo? então amaldiçoada-seja-a-tua-mãe-e-o-teu-pai-e-a-tua-geração,-que-tenhas-doenças-e-nunca-saúde-e-por-belzebu-que-arreganhes-os-dentes-e-nunca-durmas-descansado-e-te-borres-nas-calças-e-que-morras-de-sofrimento-depois-de-veres-todos-os-teus-a-morrer! e ora toma.

 
(este tipo de avisos suscita sempre em mim muita imaginação. pensar no que os desencadeia. nos acontecimentos que ali já tomaram lugar. ah! em toda a maravilha e peculariedade do comportamento humano! ...)