quarta-feira, outubro 05, 2011

brainycapped (I)

estive a pensar e acho que a idade ideal para se ter filhos é quando ainda se tem saúde mental. por essa altura, ainda existe função cerebral suficiente para se conseguir deixar de olhar para o umbigo e reparar que existem outras pessoas que coabitam connosco. e que poderão existir seres de menores dimensões e faculdades a necessitar de uma mãozinha para sobreviverem. mais, por essas alturas, há ainda a vontade de se criarem seres melhores, bem adaptados ao mundo e que a ele não sucumbam. e, claro, há também ainda a esperança de que tudo isso é possível.

depois disso, lamenta-se, mas a auto-centração destrói qualquer paciência para dar conta do outro. ou para que haja de facto outro. e, quando por acaso for notada a presença do outro, destrói também a paciência de lhe estender um dedito que seja - gasta-se demasiada energia, e uma pessoa já está cansada. cansadíssima aliás. portanto, a haver outro, que seja sem problemas. e se os tiver, paciência, you've got your problems i've got mine. de qualquer forma, para quê andar a criar mais pessoas, e a dar-se a trabalhos quando, perdida já a saúde mental do próprio, é óbvio que mais tarde ou mais cedo as crianças se tornarão adultos e perderão também a sua. e não a perdendo é porque têm truques, os truques dos espertos, dos pérfidos, senhores neste mundo, e que ludibriam o resto, os fracos de espírito. ou de mente. e que assim não vale a pena.


(tenho para mim que quando se perde a saúde mental irreversivelmente, o corpo seca. e se não seca devia secar. que a natureza sabe o que faz mas nem sempre. e há demasiados seres desamparados neste mundo.)

        

Sem comentários: