fácil não dizer, dar só o beijo que cala as palavras, e as discussões, dar-se a mãozinha na rua, ou deixar-se a mãozinha ao relento, trocar só o olhar, eu dou-te o meu tu dás-me o teu, o beijinho no pescoço 'enrolado pelo chão', e depois depois passa o tempo e Zás, instala-se a rotina e achamos eh pah eu acho que não é isto E nos cansamos Até que desponta novamente um tremelique, um engasgar, um sonho iludido sem quotidiano. e Zás lá vamos nós outra vez, Enganados.
nos meus 14 anos revoltados, de resposta na ponta da língua, aguçada e seca, a minha mãe dizia-me, ao ver-me entre lágrimas, a chorar fininho por um amor que nem chegara a ser, que ficara por conquistar e que doía na ilusão,
tu ainda não sabes o que é o amor.
(tinha tanta razão. ainda não sabia. mas, pergunto, e quando é que eu já vou saber?)
5 comentários:
"(...) O amor é ficar “apesar de”, é depois das complicações, das discussões, da vida estar mais pesada olhar para a outra pessoa e pensar “continua a valer a pena”. É ficar apesar dos defeitos, apesar das dificuldades, apesar da falta de tempo. É muitas vezes sentir que queremos nadar e já só temos um braço. (...) O amor às vezes fica com os miúdos e deixa-te dormir um bocadinho de manhã, às vezes olha para ti e diz que és bonita quando tu te sentes horrível, às vezes é aquele abraço sem motivo que se dá na cozinha, às vezes é só ouvir os teus desabafos e rir das tuas parvoíces. Ás vezes o amor é ver o filme que tu querias, é cozinhar o jantar, é aquecer-te quando te vais deitar mais tarde e ainda estás frio. (...) Há dias em que me apetece esganar o Diogo e outros em que sou eu a insuportável, há dias em que embirramos com coisinhas de nada e discutimos porque ele quer uma coisa e eu quero outra. O que acontece também é que apesar de todas estas coisas, amamo-nos até ao osso. (...)"
ARTIGO INTEGRAL: http://avidatoda.pt/amar-apesar-de (27/07/2017, POR CAROLINA DESLANDES)
VIDEO: https://youtu.be/jkF79IF6X4I?t=8m43s <- [duração total: 37:29] Elis Regina - 1978 Teatro Villaret, Lisboa
Letra:
Transversal do Tempo
Elis Regina
As coisas que eu sei de mim
São pivetes da cidade
Pedem, insistem e eu
Me sinto pouco à vontade
Fechada dentro de um táxi
Numa transversal do tempo
Acho que o amor
É a ausência de engarrafamento
As coisas que eu sei de mim
Tentam vencer a distância
E é como se aguardassem feridas
Numa ambulância
As pobres coisas que eu sei
Podem morrer, mas espero
Como se houvesse um sinal
Sem sair do amarelo
Composição: Aldir Blanc / João Bosco
Alinhamento das canções:
00:05 – ‘’Fascinação’’
02:36 – ‘’Aqui é o Pais do Futebol’’
05:11 – ‘’Sinal Fechado’’
07:58 – ‘’Transversal do Tempo’’
10:04 – ‘’Deus Lhe Pague’’
13:20 – ‘’Qualquer Dia’’
15:25 – ‘’Caxangá’’
18:26 – ‘’Ensaio Geral’’
20:22 – ‘’O Mestre Sala Dos Mares’’
23:25 – Apresentação dos Músicos
24:04 – ‘’Romaria’’
28:45 – ‘’Maravilha’’
31:08 – ‘’Nada Será Como Antes’’
33:11 – ‘’Cartomante’’
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Cesar Mariano – Teclados
Natan Marques – Violão, Guitarra
Crispin Del Cistia – Violão, Guitarra
Sizão Machado – Baixo
Dudu Portes – Bateria
"Quem sabe......"
https://youtu.be/jkF79IF6X4I?t=6m41s (Sinal Fechado, por Elis Regina)
https://youtu.be/3JiMr-HgHJ8?t=43s (Aliança, por Tribalistas)
VIDEO: https://youtu.be/CW4VeYo6n84 <- A Estrada, Anaquim - Um dia Destes (2016)
[Passos Manuel, Porto, 8 de Abril de 2016]
Letra:
A Estrada
Anaquim
Na estrada para ser feliz nunca quis mal a ninguém
Nesta vida já me chegam bem os espinhos que ela tem
Mas lá calha ser ingrato e infantil
Por ter a cabeça a cem e o coração a mil
Não escolhemos quem nascemos mas escolhemos quem crescemos
E no muito que nós somos há tanto que nós não vemos
Percebemos só quando não estamos sós
Que o que nós nunca nos vemos os outros vêm em nós.
Egoístas altruístas, obcessivos compulsivos
Corolários necessários desta coisa de estar vivos
E quebramos e choramos e afinal
encontramos tanta gente que é exactamente igual
Mas nem sempre isso nos chega para acalmar as tempestades
E a dureza da amargura é a mais dura das verdades
É esquisito mas funciona bem assim
Precisar que tu me ajudes a dar-te o melhor de mim
Precisar que tu me ajudes a dar-te o melhor de mim.
Na estrada para ser feliz eu confundo a direcção
E acelero em marcha-atrás até alguém me pôr a mão
Tem havido sempre essa força maior
Mas se algum dia ela falha, vai-se o carro e o conductor
Ainda assim não desisti de ir lançando o carro à estrada
Sonhei demais com a viagem para que ela não dê em nada
Se chegarem novas de que me perdi
Levo tanta coisa boa do pouco que percorri.
Não é certo que o meu corpo faça aquilo que eu digo
Nuns dias tenho coragem e nos outros não consigo
Se nos está nos genes deve ser genial
Um retoque bioquímico ao plano original
Tenho sorte nas pessoas que a vida me vai escolhendo
E se tenho algum problema é só porque não aprendo
Que a ninguém é entregue tudo o que quis
É tudo arrancado a ferros na estrada para ser feliz
Mas isto só faz sentido na estrada para ser feliz.
http://www.imdb.com/title/tt0061196/ <- Wings (1966)
"Krylya" (original title)
Diálogo em Russo por volta dos 42 min 45 seg (tradução aproximada):
[...]
- Well, thank you. Bye-bye.
- Hold on a minute. ... Try a little roll. It's still warm. I baked it myself.
- Thank you. Bye-bye.
- Listen, my dear. Don't go. Stay. Talk to me.
- I have to go. ... Grandma, why didn't you open the door? Are you afraid?
- It's the chain, see? I can't open the door. The chain won't let me.
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