quinta-feira, julho 24, 2008

Como escorreguei num pacote de açúcar


Sei de cor que os pacotes de açúcar têm entre 7 a 9 gramas de açúcar. Sei também que, no ritual diário, são abertos e esvaziados para adocicar o que é amargo. Que os ditos pacotes ficam então mais leves, e passam a esvoaçar, levados nos ventos da Baixa. Que se deixam cair ao chão, minúsculos e espalmados. Que se deixam cair ao chão rodeados de montras apelativas. Que ninguém olha para o chão quando as montras mostram peças em saldos. Que é preciso o acaso mas que, por vezes, tendo muitos e muitos metros quadrados, metemos o pé onde não devemos.

Penso que as pessoas também vêm por vezes como pacotes. Anunciam 7 a 9 gramas de açúcar no interior, o suficiente para adocicarem o amargo do resto, e quando se vai a ver estão ocas. Tão ocas, que entre os aproximadamente 6.684.100.000 humanos que existem, acabamos a pensar Bolas, tinha logo que escorregar neste! Mas, depois, podemos sempre pensar que se sobrevivemos não é tão mau quanto isso.
 
Aliás, entre o instante de meter o pé, ter a sensação de algo escorregadio e olhar para o chão, confesso que receei. Mas depois, Ufa, pensei, Ao menos não pisei um poio.

5 comentários:

Filipa Júlio disse...

"um-dos-muitos-resultados-das-minhas-sinapses"
muito bom!
eu chamo aos meus curto-circuitos.
acho que esta etiqueta tem mais electricidade estática.
:))))

Filipa Júlio disse...

ah, e não falei no poio.
nem acho que consigo...

menina de porcelana disse...

((1) o que eu queria deixar "etiquetado" é que, de facto, nem toda a nossa actividade cerebral termina em produções bonitas e limpas. :P

(2) sabes que a palavra poio é uma daquelas que desde que são descobertas fazem sentir logo a vontade de as usar em um qualquer contexto. ;) )

(Era uma vez um serviço de chá...) disse...

"(...) A Sr.ª Violet Ferguson, que, juntamente com o marido, engenheiro-chefe da Straits Steamship Company, ia a caminho de Singapura no Automedon, vendo que o capitão Rogge tratava os prisioneiros com correcção e humanidade, ousou pedir-lhe, em tom choroso, que resgatasse os seus dois baús que estavam no porão do navio condenado, pois continham todos os seus bens pessoais e, em particular, um valioso serviço de chá. O capitão Rogge acedeu cavalheirescamente ao pedido da Sr.ª Ferguson e pediu ao oficial que supervisionava a colocação dos explosivos que trouxesse as malas para bordo. Quando o oficial alemão arrombou a porta da casa-forte, encontrou não só os dois baús da Sr.ª Ferguson, como malas postais identificadas como contendo correio oficial. Estas chamaram de imediato a atenção do oficial, que as levou para bordo do Atlantis.
Quando os alemães as examinaram, descobriram um acervo de documentos altamente confidenciais, que só um inacreditável relaxamento nas normas de segurança permitira que fosse embarcada num modesto e desprotegido navio como o Automedon.
(...)
Quanto ao serviço de chá, acompanhou a Sr.ª Ferguson e o esposo na viagem até ao cativeiro na Alemanha e, acondicionado no baú, conseguiu sobreviver a todas as peripécias da guerra. Foi encontrado por tropas britânicas e devolvido à sua legítima proprietária e ao esposo, que se tinham, entretanto, instalado em Singapura, cinco anos depois do aziago encontro com o Atlantis. (...)"

ARTIGO INTEGRAL: https://observador.pt/especiais/sabotadores-e-tinta-invisivel-os-segredos-que-decidiram-a-ii-guerra-mundial/

... também podia ter sido num dulcíssimo dióspiro ... disse...

"(...) Since the drying condenses the sweetness, a dried persimmon is said to be 1.5 times sweeter than sugar. So in the old days when sugar was valuable, hoshigaki was a popular dessert. The white bloom you see in this photo is not a mold but sugar that rose to the surface of the dried fruit. (...)"

FULL TEXT: https://www.tsunagujapan.com/seven-things-about-persimmons-a-popular-autumn-fruit-in-japan/