sábado, fevereiro 25, 2012

terna é a noite


li a última página e fechei o livro. até que ponto podemos levar outra pessoa à ruína? sugar-lhe a esperança de que há pessoas certas. de que há um mundo certo onde todos poderemos ser felizes. onde não seremos uma e outra vez enganados. iludidos.

aliás, podemos nós destruir outra pessoa, ou só ela se destrói no limite a que se permite a si própria chegar? sei lá. 

há um limite para o amor que se deve sentir? um limite até onde ele nos deve levar? um limite para o quão fundo podemos chegar a afundar-nos nele?
pode o amor curar? pode uma pessoa ser recuperada da sua destruição através da destruição da outra? através de um simples processo de transferência. não sei.

e o cansaço? há um limite para o cansaço, ou poderemos sempre recomeçar?
não acho que haja um limite. real. há o imaginado talvez. o nosso. o que nos permitimos. o que nos cansou. e fez desistir. mas não tem que existir. tem?

um limite para os nosso receios, para os nossos erros?, que nunca o foram quando os fizemos, só quando olhamos para trás e pensamos já diferente. mas talvez já pensássemos diferente na altura.
nem sei.

há um limite para as coisas, ou podemos viver sem o alcançar, escapando-lhe às fronteiras apenas imaginadas mas sempre distantes?

se há um limite, como saber quando o ultrapassámos? se a escuridão da noite não nos deixa ver, enquanto nos fecha os olhos ternamente...



(nada se perde. nada se cria. tudo se transforma. ou, quem sabe, apenas se transfere...)
                 

1 comentário:

Filipa disse...

http://espiralmedula.blogspot.com/search?q=terna