"The range of what we think and do is limited by what we fail to notice. And because we fail to notice that we fail to notice there is little we can do to change until we notice how failing to notice shapes our thoughts and deeds." (Ronald D. Laing)
domingo, janeiro 31, 2010
terça-feira, janeiro 26, 2010
quinta-feira, janeiro 21, 2010
coma white
a pill to make you numb / a pill to make you dumb...
toma-se a paroxetina e passados umas 8 semaninhas estamos outros, diz um estudo recente. que esta droguinha nos pode mudar traços de personalidade a um nível superior do que o que pode ser obtido com terapias cognitivas. que diminuímos o neuroticismo (tendência para sentir emoções negativas e instabilidade emocional) e aumentamos a extroversão (escuso de definir). e seria por meio da alteração destes rabiscos da personalidade que se aliviariam as depressões. para não falar de outros mal-estares.
(o que é isto que somos que é tão passível de ser mudado assim, quase de um mês para o outro, quase com uma caneca de chá? que é isto de se ser, que apesar do cerne rígido, parece ser tão maleável?)
no fundo, não me surpreende. a depressão tem sido associada a baixos níveis de serotonina. e pensa-se que esse pequeno neurotransmissor muda (mas não sejamos simplistas) a visão do mundo, o modo de estar, a capacidade para experienciar prazer. muda uma pessoa. ou o que achamos que ela é. está tudo aqui encima, num punhado (gigante) de células que comunicam silenciosamente entre si e que nos deixam apenas resultados breves dessas conversas. no fundo, não passamos de padrões electroquímicos.
a alma é passível de mudança. e se as drogas nos podem mudar, passemos a tomá-las então. certo? para sermos menos tímidos, para não pensarmos tanto, para arriscarmos mais, para termos menos medos, para sermos mais corajosos. enfim, para sermos mais felizes, nem que só por um pequeno instante. tomemos injecções consoante o objectivo. ficamos tontos, anestesiados das sensações dolorosas do dia-a-dia. e gostamos. sentimo-nos bem. parece fácil por aqui. não temos que mudar nada. porque alguma coisa muda as coisas por nós. todos os dias.
(se as coisas fossem certas e duráveis. mas o estudo dos substratos neuronais da mente e das suas psicopatologias está nos primórdios da sua existência.)
um menino monta a bicicleta. o pai agarra-a. leva o menino a correr o vento. o menino diz, Pai larga. o pai não larga, o menino acha que ele largou. Estou a andar sozinho, o pai não desmente. a pergunta: o menino seria capaz de andar sozinho se o pai largasse? porque o menino tem que saber andar sozinho se o pai largar. se nós somos um padrão electroquímico, até que ponto não podemos nós próprios [aprender a] operar o padrão? o pai pode ajudar, pode. mas não pode estar lá para sempre. e se puder estar, será bom que ele esteja?
…a pill to make you anybody else. / but all the drugs in this world / won't save her from herself.
domingo, janeiro 17, 2010
http://www.imdb.com/title/tt0810784/
as histórias de amor valem a pena [acompanhar] para quem as vive. para quem está de fora - e não está disposto a vivê-las como se estivesse lá dentro - são um pretexto para dormir.
(ainda bem que existem as sinopses. mas, melhor que isso, são os filmes que vamos ver por acaso.)
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terça-feira, janeiro 12, 2010
#1, fugir à conversa, por exemplo
(Darwin, C. (1872). The expression of the emotions in man and animals. London: John Murray. VER Exposição "Exuberâncias da Caixa Preta", Museu Soares dos Reis, Porto, Portugal. Mais informações aqui.)
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"the advantage of having a bad memory..."
ontem, ao fim de 25 anos de existência, vi nevar.
é bom saber que há coisas simples que ainda posso fazer
pela primeira vez.
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segunda-feira, janeiro 11, 2010
altruísmo
o problema de deixar de cuidar dos outros
é que nos centramos demasiado em nós.
e esquecemo-nos que para cuidar de nós
precisamos [de cuidar] dos outros.
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quarta-feira, janeiro 06, 2010
sábado, janeiro 02, 2010
cabeça à roda
(às vezes é preciso parar. para se recomeçar outra vez.
BOM ANO. façam por isso.)
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