Não sei se o café é uma droga mas deve ser pois sempre que o tomo o mundo parece mais eléctrico e rápido. Mas também deve ser de mim, que o vejo mais eléctrico e rápido.
Não sei se a minha vida é um café que vejo numa chávena lá o fundo e parece bem negra, mas não deve ser porque esse oiro negro sabe a ginjas amargas e sabe bem. Se calhar é isso, eu é que gosto das coisas amargas – como o chocolate preto – e se não são amargas eu torno-as amargas só para ter esse sabor, amargo. Quem sabe se já não me habituei ao sabor – amargo – das coisas e agora quando o sol brilha e as tuas palavras são doces até já custa. Como os elogios que recebo e dos quais me desvio, só porque não sei como recebê-los sem caírem mal encima de mim.
E é tão bom recebermos um elogio. Até o sangue corre mais rápido e brinca nas veias e artérias, e quer vir ao de cima ver essa pessoa, aquela que disse o que disse e que nos fez cambalear e pôs o sangue a saltar. E como tudo quer ver, ficamos rosadinhos de tanto sangue que quer espreitar.
Não sei se estas palavras são mesmo a minha vida ou o que sinto, ou o que não sinto. Não sei. Mas devem aparecer aqui encima porque o café estava bem negro e amargo, e caiu-me que nem ginjas no estômago - como um elogio que cambaleia na minha cabeça - e pôs o sangue a brincar.
15:03 22.05.2007
"The range of what we think and do is limited by what we fail to notice. And because we fail to notice that we fail to notice there is little we can do to change until we notice how failing to notice shapes our thoughts and deeds." (Ronald D. Laing)
terça-feira, maio 22, 2007
sexta-feira, maio 04, 2007
Contra-corrente
Eu sei que temos a escolha entre largar o rabinho no meio do chão... ou erguermo-nos de peito contra o destino.
Mas...
E se às vezes precisarmos mesmo de nos deixar cair no fundo do poço... para nos fartarmos de tanta escuridão?
E se às vezes precisarmos mesmo de fazer da vida uma catástrofe... para ver o quanto tudo é relativo, e nada o que parece?
Às vezes (muitas vezes...), apetece-me ficar só só comigo. E cansar-me dessa solidão.
16:19 04.05.2007
Mas...
E se às vezes precisarmos mesmo de nos deixar cair no fundo do poço... para nos fartarmos de tanta escuridão?
E se às vezes precisarmos mesmo de fazer da vida uma catástrofe... para ver o quanto tudo é relativo, e nada o que parece?
Às vezes (muitas vezes...), apetece-me ficar só só comigo. E cansar-me dessa solidão.
16:19 04.05.2007
Subscrever:
Mensagens (Atom)