O outro dia a minha mãe disse-me Eu gosto muito de vocês, mas quando a morte estiver perto sei que me vou sentir muito indecisa… – por um lado estarão vocês, mas do outro está o meu pai e os meus tios, de quem tenho tantas saudades...
Que Fé é essa que levas contigo e que não te deixa desesperar mesmo nos tempos mais carrascos? Que esperança é essa que carregas no Peito e que não te deixa recear o Fim de tudo?
Às vezes penso que a Esperança de que um Pai-maior-que-tudo existe é simplesmente perfeita para o nosso medo primitivo de solidão. Este Pai acompanha-nos mesmo nas horas mais escuras, nas dores mais pesadas, nas lágrimas mais fundas. Este Pai promete-nos um Céu para as nossas boas acções, faz com que a nossa vida tenha um sentido, e que a nossa existência não acabe num simples último suspiro. Este Pai promete-nos a Eternidade. E uma recompensa para os sofrimentos que aqui, neste mundo real, passamos.
Às vezes penso quão perfeito é acreditar Nele durante a vida e que apenas a carne se extingue no momento da Morte. Pois, se quando morrermos a Terra for só terra e o nosso Corpo e Alma somente pó, que memória consumida estará lá para nos revelar que o resto não existe?
9 comentários:
Realmente, há alturas em que até gostava de ter fé nalguma coisa.
Mas depois passa.
:*
Quantas pessoas de fé tu conheces que tenham a seguinte ideia? Ou este é um sentimento que transcende a fé?
"[...] In Christian morality, reactive forces prevail over the active ones. [...] In other words, for Nietzsche, the active person is willing to forget, and he contrasts that with memory, which you need in Christianity in order for the redemption story, for example, to make sense. You need to remember the sufferings of the martyrs… remember… memory plays an entirely different role for the master morality; the way Nietzsche puts it they are “strong enough to forget”. So if insulted and you hit the master in the face, he hits you back and that way he honors you and then he forgets it, see. Because first of all, if he turns the other cheek he shames you by saying well you are not, you know, good enough to even fight with me. Rather, you hit him, he hits you back and then you both forget it. It’s the West Texas version of master morality [crowd laughter]. He hits you, you hit him, and then you have treated each other with dignity, and then you forget it. But you don’t turn the other cheek and then remember it; mendaciously remember it “Oh yes, you have hit me now, but later…” There is the secret that will come in with Christianity; the “but later”. [...]"
FULL TRANSCRIPTION in http://rickroderick.org/204-nietzsche-the-death-of-god-1991/
"Não acredito em bruxas, mas que as há há."
O link "In Christian morality, reactive forces prevail over the active ones." era o seguinte: http://www.youtube.com/watch?v=OisdFRGlK-Y&list=PLA20B690583E9931C&t=4m47s
Que representa a palavra céu?
http://s3.amazonaws.com/data.tumblr.com/tumblr_l4fbjooh491qzse0lo1_1280.jpg <- The Palace of Curtains, III is one in a series of paintings by René Magritte that explores the resonances between words and images.
"Being nice with the main hope of going to Heaven is the moral equivalent of being nice to a girl just so she will sleep with you."
"Going to church doesn't make you a Christian any more than going to a garage makes you an automobile."
"O nosso carácter é aquilo que fazemos quando achamos que ninguém [nem Deus] está a ver-nos." (Dee H. Jackson)
"Um povo digno não carece de leis que lhe digam como agir responsavelmente; ao passo que um povo indigno encontrará sempre maneira de contornar as leis." (Platão)
"Going to church doesn't make you a Christian any more than going to a garage makes you an automobile." (Billy Sunday)
"Fear is like the microwaveable version of respect. It's not as good but it's a lot faster."
Excerto de poema de João Habitualmente:
"(...) e há falhas no arvoredo, prova inequívoca de que
o céu existe. (...)"
Outros poemas em http://aoencontrodapoesia.blogspot.pt/2010/03/poemas-de-joao-habitualmente.html
http://arquivopessoa.net/textos/4409
"(...) Como uma verdade de que não partilho,
E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível p’ra mim.
(...)"
11-5-1928
Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). - 34.
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