O outro dia a minha mãe disse-me Eu gosto muito de vocês, mas quando a morte estiver perto sei que me vou sentir muito indecisa… – por um lado estarão vocês, mas do outro está o meu pai e os meus tios, de quem tenho tantas saudades...
Que Fé é essa que levas contigo e que não te deixa desesperar mesmo nos tempos mais carrascos? Que esperança é essa que carregas no Peito e que não te deixa recear o Fim de tudo?
Às vezes penso que a Esperança de que um Pai-maior-que-tudo existe é simplesmente perfeita para o nosso medo primitivo de solidão. Este Pai acompanha-nos mesmo nas horas mais escuras, nas dores mais pesadas, nas lágrimas mais fundas. Este Pai promete-nos um Céu para as nossas boas acções, faz com que a nossa vida tenha um sentido, e que a nossa existência não acabe num simples último suspiro. Este Pai promete-nos a Eternidade. E uma recompensa para os sofrimentos que aqui, neste mundo real, passamos.
Às vezes penso quão perfeito é acreditar Nele durante a vida e que apenas a carne se extingue no momento da Morte. Pois, se quando morrermos a Terra for só terra e o nosso Corpo e Alma somente pó, que memória consumida estará lá para nos revelar que o resto não existe?