Custou-me
como a quem custa engolir em aperto,
vestir roupa que não serve,
ou mesmo ter que dizer Não.
Custou-me
Aquela cruz
como um X e um alvo,
como uma marca qualquer.
Custou-me
Aquela resposta insípida,
aquele movimento bruto
como quem deixa de ser menina
- como quem cresce e se apercebe
que a vida não pode ser sonhada,
e que boas intenções não bastam alheias, quanto mais somente intenções…
Custou-me
- como angústia cá dentro -
Esta liberdade
E este direito.
(Irónico, não?)
Custou-me decidir por cima do que é certo
(- o que é que é certo? -)
Só para que ela pudesse escolher.
Custou-me.
Porque és tu que sais morto,
E sem ninguém para culpar
(isto das culpas…)
Quem te vai defender
A ti a ao teu sorriso de Menino,
Gaiato perdido?
Quem te vai defender
quando a tua vida estiver por um fio
Por um Sim
Ou por outra vida?
Ninguém.
Como o Outro que voltou
E já não era.
Ou o Outro que era
E deixou de ser....
(E tu? Eras, ou nunca foste?)
Custou-me.
Mas a isto chama-se liberdade
- a minha e a d’ela.
A tua
fica por acontecer.
Custou-me a mim a decisão.
E a ti,
Custou a Vida.
11.02.2007 18:18 23:27