É irónico saber que para além de toda a destruição psicológica a que nos acometemos, o nosso próprio organismo – orientado para a sobrevivência – é capaz de se auto-comandar para a destruição.
Existe um conjunto de doenças denominadas de auto-imunes, mas recentemente fiquei sensibilizada para a síndrome de Guillain-Barré. Parece uma coisa simples e inofensiva talvez, mas uma pessoa pode morrer. Ponto. Tudo porque o sistema imunitário do próprio decide sinalizar como inimigo as suas próprias células, como resposta a um ataque exterior agudo. Ora, visto que em questão está a mielina em torno dos nervos periféricos (incorporados no Sistema Nervoso Autónomo) bem como esses mesmos nervos, todas aquelas funções automáticas (que muitas vezes nem damos conta que existem) são postas em causa e de um momento para o outro o nosso coração pode parar.
Para mim, o trágico é pensar que não é nada de fora que me destrói, como um monstro qualquer, uma bactéria talvez, ou um vírus horripilante. Não, somos nós. Nós próprios. E quando é assim, quando temos amigos destes, inimigos para quê?...
2006-11-24, 0:03
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