segunda-feira, setembro 04, 2006

Se ensinar é dar para sempre...

Todos as noites quando me deito, acredito sempre que o amanhã será melhor. Que tudo o que eu prometi hoje... a mim mesma... e não fiz... amanhã será diferente. Amanhã será possível...
Jà houve tempos em que deixei de acreditar.
Eu sei que sempre que prometo... é só mais uma desilusão que dou a mim mesma. Por isso, prometer era apenas mais uma daquelas frase que se dizem, tipo "Bom dia" e "Tudo bem?" e que não esperam resposta.
Só ilusão de rotina...
Mas o que mais me magoa nisto tudo nem é eu prometer e dar palavras ocas a mim mesma. O que mais me magoa é não conseguir sair dessa rotina, mesmo quando acho que finalmente aprendi.
Todas as vezes que bato no fundo, que me enrolo contra o chão frio, que choro perdida (ou nem choro porque já nem consigo chorar...), todas as vezes que cansada me deixo arrastar, que desepero e me enfureço e grito contra mim e quase que me apetece...! todas essas vezes eu prometo que vai ser diferente. Que amanhã não vou fazer o mesmo, porque não quero sentir tudo outra vez, Não quero!
E então acho que foi desta que aprendi!...
Mas então levanto-me, e há os "bons dias" pelo meio... e eu sei que as promessas têm muito que se lhe diga, e que o sol corre e o tempo passa. E que eu fico perdida no meio.
E então vejo que ainda não aprendi...

Eu sei, eu sei que temos que lutar todos os dias; prometer e voltar a prometer, e voltar e voltar... até nos convencermos que é uma promessa mesmo. E que as promessas são para serem cumpridas. Ou então não devemos prometer.
Eu sei.. E sei que não posso deixar de acreditar. Ainda que eu o Mundo e o Tempo andemos à paródia num jogo de estalada...
Ainda há-de vir aquele abraço... nem que no dia em que a Terra me abrace primeiro...
Eu sei que o Tempo não desiste de mim, e que me tenta ensinar todos os dias.
Quem sabe se afinal já não aprendi...
Tudo na vida precisa de ser rodado e usado para não ser esquecido, para não enferrujar... E aprender é lutar todos os dias, em cada instante. Levantarmo-nos outra e outra vez, por mais quedas que demos...
Por mais que nos pisemos a nós, é mudar as coisas e reencaixá-las.
É pintar tudo de novo outra vez.

E acredito que é nesta luta que nos construímos. E que a vida se torna mais que um mero recolher de aprendizagens que inscrevemos e praticamos...
automaticamente.

Afinal, o que seria de nós...
... se aprender fosse receber para sempre?

4.09.2006 19h (e um conjunto de instantes)

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