Soube o outro dia que o Vasco Pulido Valente e o Miguel Sousa Tavares [não sei porque não lhes hei-de chamar pelos nomes] andavam a esbofetear-se em praça pública (com a devida classe e fundamentação, claro!, não esperava outra coisa...). Foi uma tremenda desilusão.
Mas erro meu, está visto. Porque, na minha desadaptada ingenuidade, pensei que estas pessoas – que têm o privilégio de poder influenciar as massas – conseguissem escapar às malhas da vulgaridade.
"The range of what we think and do is limited by what we fail to notice. And because we fail to notice that we fail to notice there is little we can do to change until we notice how failing to notice shapes our thoughts and deeds." (Ronald D. Laing)
sexta-feira, novembro 30, 2007
terça-feira, novembro 27, 2007
Caixas e cordéis.
Não sei exactamente o dia em que me enchi de compromissos e obrigações para com os outros, Não sei exactamente o dia em que me pisei e disse Cala a boca e faz o que te dizem, Não sei exactamente o dia em que deixei que a minha opinião fosse engolida pela dos outros no espaço público, Não sei exactamente quando me encerrei dentro de mim e atei cordelinhos aos braços e os dei ao Destino – aquele que os outros podem decidir.
Não sei. Não me lembro. Talvez esteja desde sempre a lutar contra mim.
Mas eu sei o ciclo. É fácil e acessível. Apenas não é modificável. Começa por eu saber o que me faz feliz. Ok, é difícil e arriscado. Hipótese B: o que é que eu devo fazer? Aparecem as Boas Oportunidades. Não me enchem o peito de vontade-e-algo-mais-forte-que-esta-vida, mas são boas oportunidades e eu não as posso perder. Pressão pressão. Decidir. Ui! Arriscar Vs. Derrubar os pinos do caminho. Decidir decidir… ai… Nestas ocasiões é sempre mais fácil Fazer O Que Devo [as missivas aparecem em letra maiúscula na minha mente], que por acaso é igual à Hipótese B: “derrubar os pinos” – o que é bem mais fácil e não implica grande esforço. De mais a mais, A vontade não é mais importante que o dever (Até porque é a contrariar o Dever que eu ganho os remordimientos!). Derrubar os pinos então. Daqui a uns anitos estou despachada e posso já seguir a vontade. Certo?...
Que raça de momento aquele em que deixamos que o medo de perder supere o receio de arriscar… O teu amigo largou tudo e partiu à conquista do Mundo. E eu penso Quando terei eu coragem de ser livre?
Não sei. Sei que a Susana me deu uma caixinha para meter os sonhos, e por enquanto é por lá que eles vão ficar…
24Maio07, 27Nov07
Não sei. Não me lembro. Talvez esteja desde sempre a lutar contra mim.
Mas eu sei o ciclo. É fácil e acessível. Apenas não é modificável. Começa por eu saber o que me faz feliz. Ok, é difícil e arriscado. Hipótese B: o que é que eu devo fazer? Aparecem as Boas Oportunidades. Não me enchem o peito de vontade-e-algo-mais-forte-que-esta-vida, mas são boas oportunidades e eu não as posso perder. Pressão pressão. Decidir. Ui! Arriscar Vs. Derrubar os pinos do caminho. Decidir decidir… ai… Nestas ocasiões é sempre mais fácil Fazer O Que Devo [as missivas aparecem em letra maiúscula na minha mente], que por acaso é igual à Hipótese B: “derrubar os pinos” – o que é bem mais fácil e não implica grande esforço. De mais a mais, A vontade não é mais importante que o dever (Até porque é a contrariar o Dever que eu ganho os remordimientos!). Derrubar os pinos então. Daqui a uns anitos estou despachada e posso já seguir a vontade. Certo?...
Que raça de momento aquele em que deixamos que o medo de perder supere o receio de arriscar… O teu amigo largou tudo e partiu à conquista do Mundo. E eu penso Quando terei eu coragem de ser livre?
Não sei. Sei que a Susana me deu uma caixinha para meter os sonhos, e por enquanto é por lá que eles vão ficar…
24Maio07, 27Nov07
Esclarecimento.
Gostava que a Maria Figueira (vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental) esclarecesse exactamente o que quer dizer quando diz que “há poucos psicólogos clínicos no País” (entrevista ao Destak, xx de Novembro de 2007).
segunda-feira, novembro 19, 2007
Manifesto.
As mulheres que gostam de olhar escancaradamente para as vidas dos outros, gosto de olhar escancaradamente para as figuras que fazem.
15 Nov 07
15 Nov 07
Ocasos
À hora a que vejo descer este sol iluminado, tenho por certo que quando se voltar a erguer alguém irá perder o autocarro para o trabalho, a carteira de cheques, ou a vida. Que alguém será atropelado num acaso, vitimado na estrada depois de uma manhã terna, desfigurado num acidente de trabalho.
Tenho por certo que uma criança perderá os pais, e que uns pais verão o seu filho morrer. Que muitas vidas se apagarão.
E tenho também certa a angústia de saber que, no entanto, nada posso fazer para que o sol não cruze o horizonte.
16 e 18 Nov 07
Tenho por certo que uma criança perderá os pais, e que uns pais verão o seu filho morrer. Que muitas vidas se apagarão.
E tenho também certa a angústia de saber que, no entanto, nada posso fazer para que o sol não cruze o horizonte.
16 e 18 Nov 07
Momentos (II)
Agora substituíram o velho e literal caixote do lixo por um verdadeiro balde para lixo, com forma de cilindro branco e perfeito, e uma tampa que diz “papel aquí”. Papel aquí uma ova! E a saqueta de chá?! Mania de disfarçarem as coisas…
21 Nov 2007
21 Nov 2007
Momentos (I)
Adoro o momento em que a saqueta de chá cai vertiginosamente no seio do lixo enorme, e esmaga alguma das porcarias que por lá se encontram.
15 Nov 07
15 Nov 07
terça-feira, novembro 13, 2007
Psiquiatria Mulheres.
Elas gritam
Choram
Correm desgrenhadas,
E arranham a terra com as unhas compridas dos pés.
Elas sentam-se calmamente
Enquanto a loucura as consome.
Elas puxam os cabelos,
Arrastam o corpo pelo soalho dorido
E espezinham esse chão que se cansa de as ver passar.
Elas ferem por vaidade
E matam por orgulho ferido.
Elas agarram os filhos ao peito
E os homens ao corpo.
Elas amam desesperadamente
E morrem sem serem verdadeiramente
Amadas.
Elas queixam-se por viverem únicas.
Choram por viverem sós.
E bradam essa vida perdida.
They are women. They are crazy.
Does that make them sick?
Subscrever:
Mensagens (Atom)