quinta-feira, setembro 08, 2011

Do Comunismo (visto às cegas)

       
a primeira primeira vez. quando é bonita. tomara que todas as vezes fossem como a primeira vez quando é bonita. tão bonitas ou mais. quando se descobre pela primeira primeiríssima vez aquilo que nos vai fazer querer respirar, viver o dia por inteiro e dormir só para se poder viver outra vez amanhã. aquilo que nos vai encher o peito. aquilo de que afinal somos feitos e só ainda não o sabíamos.
é tão bonita a paixão pela causa, principalmente quando se torna essa paixão tão natural como  conversar com um amigo, ou dançar quando se está feliz. quando a paixão torna a luta tão essencial como matar a sede. 
é tão bonito ter-se a fé num ideal. e acreditar que esse ideal é possível, e que só pode ser assim, possível. que não há outra maneira. quando se têm mais certezas que dúvidas. que a luta é o caminho. que o caminho é luta, mas por cansados que fiquemos hoje, que seja de lutarmos!, e que amanhã cá estaremos e não estaremos sós. que os camaradas se unem, e a força está na união. que amanhã cá estaremos. que o amanhã virá, e virá melhor. mesmo que não venha. que virá um dia. se não para nós, para outros então. porque haverá sempre luta enquanto houver espaço para a mudança, e a mudança para melhor.

Até amanhã, camaradas!, diz o Manuel Tiago. e eles respondem-lhe certamente, Até amanhã camarada!. e é esta fé neste amanhã - que começa hoje com a luta! - que é tão admirável.


   
(se sou comunista? não. ser comunista é agir em direcção ao ideal colectivo, o qual eles sabem muito bem qual é. eu, vá, também tenho um ideal. também sou idealista. mas fico por aí. e com pena. pois tomara ao meu ideal ser tão concreto quanto o deles.)
             
   

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